quarta-feira, 28 de novembro de 2012


Tenho tudo, mesmo tudo...
Não menciono o material, porque no pó meu corpo em breve descansará e do material nada servirá.
Tenho tudo, mesmo tudo...
Serve-me uma pele, uma pele qualquer desde que esteja quente, pois ainda estou viva e vivendo pelo perigo, desafio, e não apelo.
Tenho tudo, mesmo tudo...
O dantes que amou o de hoje, o de hoje que nao sabe se ama o de amanhã e como bandido estive perdida nesse fogo cruzado, o que dantes jamais imaginei fazer, vivo hoje e sem o amanhã, libertada como antes.
Tenho tudo, mesmo tudo...
Nos restaram ainda os sonhos, e também em um dos lado pesadelos, o que talvez não contava ou não estava a custar acreditar que como seria capaz de expressar um sonho se ainda estou sonhando.
Tenho tudo, menos você...

By Tecco Ribeiro.
As lágrimas que daqui em diante irão descer do meu rosto, serão o suficiente para me afogar.
E o pior é abraçar a saudade com o peito molhado em lágrimas, pois o sal penetra sobre a pele e coroei ardentemente o coração.
As boas lembranças que tivemos..., devem ser como uma bolha de ar, além de envolver e acalentar, ameniza o ardor do coração e não permite afundar.


By Tecco Ribeiro

a Rodrigo Ribeiro e Sophia Ribeiro.
Amo vocês.



sábado, 24 de novembro de 2012


Mantenha ao pé de mim Diabo, senta lá mas, fica quietinho que estou de olho em você, hein!
E mais... Vamos fazer um trato.
Minha alma é vadia, corriqueira, livre e também não me pertence, mas será de quem propuser interesse nela sem que eu tenha que penar, sofrer, sacrificar ou enfrentar qualquer castigo como punição.
Portanto cuide e me guarde ainda quando eu estiver vivo...


By Tecco Ribeiro.
Anjo ou Demónio, sou o que sou e como a poeira de nada sou.

 By Tecco Ribeiro.
A mente anda vazia, mas é fértil.
Os sonhos são perplexos, a vida é real.
O amor, único e verdadeiro, porém a cama é diversificada.
Um rombo a cada instante no peito, mas esperança na cabeça.
Uma desordem caótica todos os dias, dormindo abraça o mundo.
No amor, é tão precária que faz a vida em volta do calor dos homens:
A carência extraí a coerência, e sem nenhuma proteção invade sem limite todo o período das estações, como se florescesse numa única vez, calor ou frio a todo ano.
Sobrecarregando até o próprio criador e a cada gesto retribuído não tem sensação de reflexo e reflectindo, vive como se fosse uma mãe a receber o filho após a guerra.


By Tecco Ribeiro
Sem ter o que fazer fui pastorear no galinheiro, se tivesse quelengue, nem lá entrava ou se entrasse, sairia se coçando por inteiro.
Prisioneiro na capoeira vi que alguns ovos agouravam, mas o convívio no galinheiro aos poucos me tomavam, e o que gozo me davam as personagens que a minha volta ciscavam, depois de tanto tempo analisar numa boa gemada já estava a desejar.
Sentia-me igual a uma galinha gorda toda depenada, que bom seria em vez de viver no campo ser na panela uma gostosa galinhada.
Galinhaça assim queria ser, não só para sustentar a vida, mas por uns grandes e bons palmo de milho comer, sem pressa e sem me preocupar de um dia em morrer.
Triste e contente, morder ou picar é preciso acima de tudo festejar, fácil é soltar um saco com penas ao vento,
quero ver juntar novamente, uma promessa para não se realizar basta citar: "só quando a galinha tiver dente".

Mourão, Mourão, não dás dentes sã as galinhas que por descuidos logo logo estragarão e nem os cacos podres te devolverão, os dentes que cairão de certeza elas comerão e depois de muito debicarem já de nada com os dentes farão e é para a moela que todos os dentes irão.
Có, có, có... Cacarejam as galinhas, além de teres penas coloridas, bico forte entre os olhinhos, cristas em cima da cabeça e em abaixo do queixinho, duas asas e duas patinhas...
O que elas não tem são remorsos quando mata uma vizinha.
Considero uma avezinha quando acaba de sair do ovo, incubado no ninho por vinte e um dias, em cada ovo tem um pinto novo, molinho e molhadinho, já daí começa à vida a picar, picando a casquinha e ao mesmo tempo a piar, eclodiram tantos ovos e em breve uns seis meses não garanto se tua mãe reproduzirá de novo.
Formiguinhas que andam a fazer? Enfiar dentro do buraco para evitar que as galinhas possam nos comer, porque não somos tontas como as galinhas, que dão bobeira, andam se aventurar em tempo da raposa devorar.
É comum no período do choco ser agressivas e solteiras as galinhas, para desespero do galo o jeito é arrastar asasinhas para as frangainhas, bem prático e tão rápido cruza sentado, no seu canto todo amanhecer sempre virão anunciados.
Foge, corre e foge a virgem frangainhas do sacana e tarado, mas depois de tanta insistência vence o fogo do dominante Galo, baixando o peito para baixo facilita da gala entrar no redondo e gostoso rabo.
Meu pensamento pode estar certo ou talvez errado, mas é possível ter uma relação com as galinhas e os galos.
Atenção:
Quem dorme dentro do poleiro com as galinhas e os galos logo de manhã estará bem cedo acordado e todo cagado.


By Tecco Ribeiro.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Decidi a vida dele como se fosse a morte a dissipar em nossas vidas, um predador insensato, louco e esfomeado a escolher a presa encurralada.
Hoje decido a sua vida sem remorso, sem nenhuma pena ou arrependimento...
Decido a vida às calmas, presunçoso,
mas ao contrario do diabo que gozou ao ver a crucificação de Cristo, nesse caso não existe ele ou eu.
Estou decidido a matar e sem cometer crime, decido"sobreviver". Sendo que o animal racional ou irracional pela vida toda mata, e é também a vida capaz de nos mostrar o pior além de sobreviver.
Me perdoe senhor galo.


By Tecco Ribeiro.

domingo, 4 de novembro de 2012

Meu coração está em pedaços, estilhaçado e inconsolável. Um sopro de caos que vai fechando qualquer dos caminhos que eu tente seguir, depois de sobreviver a um fortíssimo tornado.
Meus pés estão totalmente concretizados e enraizados no chão árido. Regados pelas lagrimas que caem como chuva e os mantém bem alimentados. O vento é a única coisa me faz sentir vida mesmo, viva! Com os olhos abertos, esforço-me para não refazer os meus dias de forma sensorial. Eu consigo só ir mais além quando estão fechados e são também fechados que encontro o conforto.
Mentalizar os bosques, as florestas e as matas faz-me imaginar como são seguras e fortes as árvores, e a partir dai foi como pular de um trampolim ao encontro da paz de espirito e para tranquilizar meu coração, pensar nas árvores torna-se um vicio. Entao passei a isolar o mundo real e encarar a vida de uma maneira fantasiosa, dai então minha identidade é uma arvore.
Sem nenhum remorso por parar no mundo, o bem que contribuo ao mundo é o mesmo que de mãe para filho: o aleitamento.
Consigo sentir a brisa a entranhar pela minha pele, pelo meu corpo todo, penetrando e desfigurando o meu corpo, e é expandindo os meus membros que meus braços formam galhos viçosos saindo de toda parte dos braços. Pomposas são as minhas folhas e como todo meu corpo transmudou tornei-me crente que sou uma arvore, forte, dura e tão segura dessa verdade, que para mim ficou fácil endurecer até o meu coração, resguardado para nunca mais sofrer com ilusão amorosa, decepção ou compaixão...
Se antes de descobrir a filosofia da arvore, não existisse outra saída, descreveria o meu desespero como se estivesse numa fuga em um labirinto de muros bem altos, e meus problemas que de pouco em pouco iam inundando até cobrir o nível máximo dos paredões. Por sorte havia algo que me transmitia vida, movia. Algo que me dava reflexão. Teu nome é: Vento.
E foi através dele, quando eu parei loucamente de procurar a saída dos meus problemas e realmente presa ao chão e cada dia criando mais e mais raízes, nutrida de sofrimento e desgostos do passado para aliviar as dores que causavam cada vez que as raízes dolorosas entranhavam na terra, cedi ao vento que não só movesse a minha vida, naqueles tristes momentos em diante, mas que movimentasse como um balanço de ninar... Vem em mim e leva contigo a minha dor.
E de fato aconteceu. Vou aos poucos então me envolvendo com o que ainda me fornece vida, nesse caso o Vento. A cada dia era como se fosse sempre a primeira vez, e tudo isso era como se fosse feito um ritual às divindades, com início, meio e fim. Mesmo alongado o fim com o deleite de um bis no final, eu e o Vento, o Vento e eu, fazemos assim durante muito tempo o que suponho ter sido um intenso romance de adolescente. Permitia uma doação na totalidade, desde a minha vida a minha existência da alma e também matéria. Para ele nunca neguei ou limitei que ele se entranhasse em mim, nas minhas folhas, galhos e troncos, mesmo que depois da sua passagem o que sobrava do coito era uma desfiguração que espantava a vaidade e enobrecia ao mesmo tempo que impressiona, como se pudesse reconstituir novamente um corpo humano.
A extensão do percurso do Vento passou a me fazer falta, pois ele seguia e eu estava parada, porque sem coragem do seguir e sem força para o conter, nada podia fazer apesar de estar presente constantemente as oscilações causavam-me mais e mais ainda necessidade do Vento.
Eis que um dia despertei ainda mais ciente da carência, morta, que acabada de ganhar vida e bem viva, estava como se estivesse presa no inferno por anos e anos, e libertada num imenso paraíso a poucas horas, desesperada e muito mais necessitada do que dantes, sair em busca do Vento. Como não era de costume corri contra a rota dele antes de transmudar, girei fortemente para atrai-lo mais depressa, e nada estava no exacto local dos últimos encontros porém fui muito mais cedo e desejosa para ser coberta imediatamente pelo seu frescor.
Foi quando cansada de esperar adormeci como toda menina dorme em véspera de Natal, e ao abrir os olhos percebi que era algo barulhento em forma de cone, molhado e frio que se aproximava. Girava tão rápido que até arrepiava, causava calafrio ao mesmo momento que assustava, pois era anunciado com luzes fortes e um barulho violento, não dava para ver exactamente o que era porque nunca tinha visto nada igual, tem corpo espesso no centro mas não como o Vento que conheço muito bem, até pensei em ser o vento mas não estava como antigamente. E rapidamente fechei os olhos e como de costume me doei para aquilo, mas alguma coisa estranha e aumentava cada vez mais, seja o que for que se passava a cada segundo aumenta cada vez mais as dores das minhas raízes, ardia e quando entranhavam em mim estilhaços cortava minha pele. Alguns penetravam, sufocantes e insuportável pela primeira vez não transmudei e ainda dolorida lutei para evitar que penetrasse mais cacos em mim. Estava a sentir que as lascas do meu corpo rangiam como se lasca lenha. Uma violação sem dó, com a intenção de matar pois com certeza com aquela força já não se podia, e se eu fosse mesmo uma árvore presa no chão não teria chance alguma de evitar a minha morte, até as folhas que foram violentamente lançadas contra a mim batiam tão depressa que a cada uma que tocassem davam a sensação de picada e perfuração, como um ferro quente no meu corpo; como a cidade de Pompeia invadida por lavas de vulcão.
Mas, ainda bem que estava viva e lutando para sobreviver, dai entendi porque, estava a voltar o sofrimento novamente. Uma tortura disfarçada de carinho, voltei a reviver tudo outra vez, sendo que se eu fosse realmente uma árvore e ele o Vento, não tinha a noção que o inimaginável pudesse não mais sentir dor, mas era física dos dois lados; viver do mesmo jeito seria insuportável, torturante e ainda por cima seria em vão fazer comparação assim.
Estou certo de que viver não era arriscado, bem...
O que jamais imaginei acontecer, aconteceu e afinal aprendi que o problema não tinha acessado em mim, mas transferido para outra posição e com isso saliento, com ele e eu, ou arvore e o Vento, a vida tem estacões e para cada três meses uma forma de viver e viver em harmonia...

By Tecco Ribeiro